2 de julho de 2012
Pena de morte
Matar criminosos não resolve: Eles não morrem. Seus corpos descerão à
sepultura. Mas eles, espíritos imortais, seguirão vivos e ativos,
pesando negativamente no ar que respiramos. E muitos poderão voltar
piores do que foram. O problema da criminalidade alimenta-se do egoísmo
social, da exacerbação dos conceitos materialistas da vida, da
deseducação e do desamparo das multidões ignorantes e carentes, que se
revoltam contra os desníveis da fortuna e os exemplos irresponsáveis da
corrupção, exibicionismo e desperdício. Sem que essas causas letais
sejam removidas, será inútil e contraproducente o apelo e falsas
soluções de violência punitiva, cujo efeito será apenas o agravamento
das vinditas e o favorecimento a erros judiciais irreparáveis. Para quem
não ama a vida que tem e odeia os seus semelhantes, a ameaça de morte
só faz aguçar-lhe a ferocidade e o desespero. A função diretiva dos
governos, em todos os níveis de autoridade, não pode ser a de
implacáveis carrascos vingadores. Cabem-lhes, sim, as responsabilidades
de prevenir e combater o crime, conter e recuperar os criminosos,
minorar as carências sociais, provendo educação e assistência social
para todos. Será ilusão infeliz e criminosa a instituição de um estado
homicida e uma justiça assassina para viabilizar a paz social através de
crueldade e do desforço. O "não matarás" continua sendo lei divina,
cujo descumprimento trará sempre, inevitavelmente, as mais desastrosas
consequências. E não adianta matar o corpo de um espírito imortal, que
somente o amor legítimo e freterno pode transformar para o bem, a
felicidade e a paz. Foto: web.
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